O vaticano definiu o arcebispo que vai celebrar a beatificação da menina Benigna, considerada santa popular por devotos do interior cearense. Leonardo Ulrich Steiner, da diocese de Manaus, foi escolhido pela igreja católica para a cerimônia, que ocorrerá em 24 de outubro.
“Leonardo conhece bem a região, esteve aqui duas vezes. Leonardo é alguém que conhece a nossa realidade, sabe da fé dos romeiros, da história desta diocese. Então manifestamos alegria e, ao mesmo tempo, gratidão o santo padre pela nomeação”, disse dom Magnus Henrique Lopes, bispo do Crato.
Para Dom Magnus Henrique Lopes, bispo diocesano do Crato, o reconhecimento de Menina Benigna como beata é uma forma de apresentar à sociedade um modelo de santidade a ser seguido.
“Na beatificação a Igreja apresenta, sobe para os altares uma vida que procurou plenamente viver o evangelho. Quando a Igreja reconhece a beatificação de um homem, de uma mulher significa que ser santo é possível. O que estamos precisando para a sociedade é de modelos de santidade como este”, disse.
Benigna nasceu em 15 de outubro de 1928 no Sítio Oiti, em Santana do Cariri, no interior cearense. No dia 24 de outubro de 1941, foi assassinada aos 13 anos por Raul Alves com golpes de facão, ao recusar ter relações sexuais com ele, que morava no mesmo município.
Após a morte, a menina passou a ser venerada como mártir na região do Cariri. Benigna virou símbolo da resistência contra feminicídio e violência sexual contra crianças e adolescentes após ser assassinada. A recusa da adolescente, junto a fé e devoção cristã, tornaram Benigna uma mártir, que move romarias até hoje.
“A expectativa é muito grande por essa solenidade, já são dois anos esperando. Desde quando o Papa Francisco assinou o decreto reconhecendo o martírio. Só falta, no momento, a cerimônia para que Benigna seja declarada beata ou bem-aventurada, como pode ser chamada”, disse Ypsilon Felix, organizador de romarias em homenagem à menina.
SVM