Legenda: Açude Acaraú Mirim, em Massapé, é um dos que está sangrando no Ceará
Foto: Mateus Ferreira

quadra chuvosa no Ceará – que oficialmente terminou em maio – gerou um aporte hídrico significativo aos açudes cearenses. O número de reservatórios sangrando, em 31 de maio, é o maior dos últimos dez anos para igual intervalo.

São 39 vertendo e outros 12 estão bem próximo de também atingir a capacidade máxima. Neste período, quem mais se aproximou deste índice foi o ano de 2020, que tinha 30 reservatórios sangrando em 31 de maio daquele ano.

Outro importante feito atingido diz respeito ao volume armazenado. Os 157 reservatórios do Estado monitorados pela Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh) atingiram o segundo melhor índice, para o fim da quadra, dos últimos 10 anos, atrás apenas de 2012, quando o volume acumulado era discretamente melhor (39% contra os 38,2% atuais).

 

Bacias hidrográficas

Das 12 bacias cearenses, apenas quatro estão abaixo dos 30% de volume armazenado. Esse índice é considerado, por especialistas, como corte para avaliar a situação dos reservatórios.

“Sempre que fica abaixo disso, é motivo de redobrarmos a atenção e monitorar a situação. Consideramos estado de alerta”, detalhou Bruno Rebouças, Diretor Operações da Cogerh.

  • Sertões de Crateús – 22,86%
  • Médio Jaguaribe – 22,51%
  • Curu – 21,40%
  • Banabuiú – 10,11%

A Bacia do Banabuiú apresenta a situação mais delicada dentre as 12. O terceiro maior açude cenário, de mesmo nome, também amarga anos seguidos de baixos índices.

O açude acumula apenas 8,82% de sua capacidade e, desde julho de 2014, ele não ultrapassa a marca dos 10%. A última vez que o reservatório Banabuiú passou da marca de segurança dos 30% foi em setembro de 2013. 

Rebouças garante, no entanto, que embora o principal açude da região, o Banabuiú, esteja com menos de 10%, e a maioria dos demais vivenciem situação de alerta, não há risco de desabastecimento para a população.

 

 

Situação confortável 

No lado oposto estão cinco bacias cujo volume médio de armazenamento apresenta amplo conforto, com mais de 75% de armazenamento. Este índice garante abastecimento hídrico por dois anos, mesmo que não ocorram chuvas consideráveis.

  • Baixo Jaguaribe – 100%
  • Coreaú – 95,01%
  • Metropolitana – 83,55%
  • Acaraú – 85,30%
  • Litoral – 78,05%

Destas cinco, a bacia Metropolitana é a que possui a maior quantidade de açudes sangrando, são 14 ao total, mais da metade do total (24).

bacia do Coreaú, tem a maior proporção, com 6 dos 10 reservatórios vertendo. Além destas bacias, outras também são contempladas, ainda que possuam volume médio abaixo dos 70%.

arte – açudes sangrando

É o caso do Alto Jaguaribe, que tem um açude sangrando; bacia do Salgado, com 4 e, a bacia do Sertão Central, com um reservatório acima dos 100%.

Das 12 bacias, apenas três não têm nenhum açude sangrando: Médio Jaguaribe, Banaubuiú e Serra de Ibiapaba. Esta última, porém, é composta por apenas um reservatório, o Jaburu I (61,5%).

Uso consciente da água 

O presidente da Cogerh, João Lúcio Farias, reconhece o substancial avanço nos aportes hídricos do Estado, sobretudo “na região Noroeste”, mas adverte que é preciso manter o uso eficiente da água.

“Temos um quadro excelente, muito confortável. Mas, é preciso ser consciente, estamos em uma região Semiárida [na qual as chuvas tendem  ser reduzidas, como ocorreu entre 2012 e 2018], em que a economia hídrica é sempre muito importante”, conclui.

 

 

Diário do Nordeste

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