Chegou a 10 dias nesta terça-feira (7) o naufrágio de uma canoa no Oceano Atlântico com pelo menos 20 brasileiros, na costa da Guiana Francesa. Ainda não há uma lista oficial de mortos ou desaparecidos em função da situação da viagem, ocorrida de forma clandestina.
A embarcação partiu de Oiapoque, no extremo norte do Amapá, com destino ao departamento francês. Todos viajaram em busca de trabalho e melhores condições de vida, mas, desde o naufrágio, segue o drama de familiares em busca de respostas.
No Brasil, a investigação é conduzida pela Polícia Federal (PF), que informou que trabalha em cooperação com as autoridades francesas visando auxiliar as famílias, que reclamam das buscas e estão mobilizando grupos procurando por conta própria.
Inclusive, a PF convocou parentes de desaparecidos para coleta de material genético, que será encaminhado para a Guiana Francesa para exames de DNA. De acordo com o governo francês, as buscas localizaram, até quarta-feira (1º), quatro pessoas com vida e um corpo sem identificação.
A convocação dos familiares de brasileiros é para comparecimento nas sedes da PF em Oiapoque e em Macapá, na quinta (9) e sexta-feira (10). Nos endereços:
- Delegacia da PF em Oiapoque: Avenida Barão do Rio Branco, número 500, bairro Centro. Fone: (96) 3521-1380.
- Superintendência da PF em Macapá: Entroncamento da BR-210 com a Rodovia Norte/Sul, sem número, bairro Infraero 1. Fone: (96) 3213-7500.
Além da convocação de familiares pela PF, uma base foi montada em Oiapoque organizada pelo governo do Amapá com órgãos como o Corpo de Bombeiros e o Centro de Cooperação Policial Franco-Brasileiro.
Naufrágio e resgate
Em comunicado, a prefeitura da região da Guiana Francesa detalhou que a operação de resgate no mar foi iniciada depois que uma embarcação encontrou uma mulher agarrada em uma boia.
Ela estava no canal de acesso ao porto de Kourou, do lado francês, e contou, segundo a nota, que estava à deriva depois que a canoa em que ela estava naufragou na noite de 28 de agosto.
Ainda conforme a autoridade francesa, a sobrevivente afirmou que na embarcação estavam 24 pessoas, sendo 17 homens. Todos teriam saído de Oiapoque, no Amapá, em direção a Caiena e Kourou.
Foram destinadas à região um helicóptero e embarcações especializadas “para procurar possíveis náufragos em uma ampla faixa costeira de Caiena a Sinnamary”, cidades que ficam distantes 100 quilômetros uma da outra.
As buscas foram feitas por dois dias, na terça (31) e na quarta-feira (1º), e foram resgatadas 4 pessoas com vida, em diferentes pontos do mar, e um corpo sem identificação.
O Ministério Público de Caiena abriu um inquérito policial judicial, confiado à Brigada Marítima de Caiena. No Brasil, o inquérito é conduzido pela PF.