O primeiro caso de transmissão comunitária da variante delta do coronavírus no Ceará foi detectado em Icó. O caso foi confirmado pela Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa) e diagnosticado em um profissional de saúde do município, localizado a 360 km de Fortaleza. Ele afirma que não viajou recentemente para fora do Ceará, nem teve contato com viajantes.

O resultado de exame de sequenciamento genético, utilizado para detectar a variante delta, saiu na última segunda-feira (9).

“O caso serve de alerta para a população para retomar ou reforçar os cuidados sanitários básicos para evitar a transmissão viral de Covid-19, como uso de máscara, álcool 70%, higiene constante das mãos, evitar aglomerações e viagens. A Sesa recomenda que a mobilidade intermunicipal, entre as cidades cearenses, seja reduzida somente para casos estritamente necessários”, diz a Secretaria.

Até o momento, o Ceará tem 16 casos de pessoas identificadas com a variante delta, sendo uma de transmissão comunitária e as outras 15 de pessoas que viajaram para locais onde já há a circulação do vírus.

Monitoramento nos aeroportos

 

Decisão deve ser atendida pela Governo Federal e pela Anvisa tanto no embarque para o Ceará, quanto no desembarque. — Foto: Camila Lima/Sistema Verdes Mares
Decisão deve ser atendida pela Governo Federal e pela Anvisa tanto no embarque para o Ceará, quanto no desembarque. — Foto: Camila Lima/Sistema Verdes Mares

 

A Justiça federal atendeu a um pedido do governo do Ceará e determinou que viajantes que venham de avião ao Ceará comprovem que estão vacinados completamente contra a Covid-19 (com duas doses ou dose única) ou apresentem realização de teste negativo para detecção do coronavírus, feito em até 72 horas antes do voo.

A decisão do juiz Luís Praxedes Vieira da Silva, da 1ª Vara da Justiça Federal do Ceará, atendeu a um pedido do governo cearense. A ideia da gestão é barrar o crescimento da variante delta no estado, cujo número de registros já alcançou os 15 casos, na última sexta-feira (6). Até então, todos os casos haviam sido identificados no Centro de Testagem de Viajantes, montado pela Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa), no aeroporto.

Procuradas, a União Federal e a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) ainda não informaram quando passará a exigir o que determinou a Justiça.

Com a decisão, só podem embarcar em voos para o Ceará e desembarcar no estado:

  1. Passageiros com comprovante de vacinação atestando a integralização do ciclo de imunização, com a aplicação das duas doses ou dose única, a depender das especificações do imunizante utilizado;
  2. Passageiros com resultado negativo de exame de antígeno ou RT-PCR realizado em até 72h antes do horário do voo.

 

Variante com procedência do Rio de Janeiro

 

Uma nota técnica publicada pela Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa-CE), nesta segunda-feira (9), aponta que 80% dos casos da variante delta (B.1.617) do coronavírus confirmadas no Ceará têm como estado de procedência o Rio de Janeiro.

Na última sexta-feira (6), o governador Camilo Santana (PT) adiantou que o Ceará já registrava 15 casos sequenciados da variante delta; o aumento dos registros impediu o avanço na flexibilização da economia. A variação do coronavírus preocupa cientistas e autoridades sanitárias do mundo todo por ser a mais transmissível das já identificadas até agora.

De acordo com a Sesa, dos 15 casos da delta no estado naquele momento, 12 vieram do Rio de Janeiro e foram confirmados após exames feitos de forma aleatória no Centro de Testagem de Viajantes do Aeroporto Internacional Pinto Martins, em Fortaleza. A unidade foi montada há um mês, no dia 9 de julho, e todos os casos da variante foram identificados lá.

Além do Rio de Janeiro, viajantes de São Paulo (1), Recife (1) e oriundo do México (1) também testaram positivo. A maioria dos casos são relativos a cearenses que visitaram esses locais.

Neste aspecto, os pacientes que positivaram moram nas cidades de Fortaleza (5), Caucaia (1), Choró (1), Jaguaretama (1), Irauçuba (1), Ipueiras (1), Itapipoca (1), Poranga (1), Sobral (1), Tauá (1) e Paraipaba (1).

No dia 29 de julho, apenas uma semana antes da identificação dos 15 casos, o Ceará registrava apenas quatro sequenciamentos da Delta. O aumento, em sete dias, foi de 275%.

Nordeste Notícia
Fonte: G1

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