Em meio a pandemia, Ceará teve a maior queda do país no setor turístico no mês de junho — Foto: Aline Oliveira/Sistema Verdes Mares

O mês de julho é conhecido tradicionalmente como um período de alta estação para o turismo por conta do período de férias escolares. No entanto, neste ano, a premissa não se confirmou. O Ceará apresentou um recuo de 23% no volume de suas atividades, sendo a queda mais intensa do país no mês.

Os dados são referentes a Pesquisa Mensal de Serviços (PMS), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), nesta sexta-feira (11).

O resultado acontece em decorrência da pandemia do coronavírus que tem acarretado duras perdas para o setor, com a paralisação dos eventos e redução do fluxo hoteleiro. Para a presidente do Sindicato das Empresas Organizadoras de Eventos e Afins no Estado do Ceará (Sindieventos-CE), Circe Jane Teles, 2020 foi um “ano nulo” para as atividades turísticas do Ceará.

“Desde o início da pandemia que todos os serviços turísticos pararam e eventos também, isso impactou enormemente. Nós tivemos uma queda muito forte, por não houve ocupação hoteleira, eventos, atividades na área, não teve novos postos de trabalho e nem visitantes. O máximo que conseguimos foram alguns visitantes da própria região, ou seja, este foi um ano nulo para as atividades turísticas do Estado”, comenta.

Ela ainda aponta que além dos prejuízos financeiros para o setor, a ausência dos eventos também afeta nos postos de trabalho. “Os eventos que estão nesse período e que não puderam se realizar foram paralisados e muitos postos de trabalho deixaram de existir. Então os contratos de trabalho intermitente, que tanto o setor de eventos como toda a cadeia produtiva do turismo que contratam periodicamente esses profissionais parou”, pontua.

De acordo com a pesquisa, o mês de julho apresentou a terceira maior queda do Estado no volume de atividades turísticas ficando atrás apenas dos meses de abril e março deste ano, com recuos de 52,9% e 30,6%, respectivamente.

Apesar do recuo, o mês registrou uma receita nominal positiva de 9,8% no Ceará. No entanto, no acumulado do ano, o Estado registra variação negativa de 41,4% e queda de 22,8% nos últimos 12 meses.

Já em setembro, com a retomada da economia, o setor hoteleiro voltou a ter alta no número de hóspedes. No feriado de 7 de setembro, a vila de Jericoacoara teve 100% de ocupação.

Turistas lotam praia de Jericoacoara, no interior do Ceará

Turistas lotam praia de Jericoacoara, no interior do Ceará

 

Outros serviços

Segundo a pesquisa, o Ceará registrou o maior recuo do País com queda de 2,5% no volume dos serviços em geral. O resultado aponta uma regressão na passagem de junho para julho, quando o Estado apresentou um avanço de 5,7% em junho.

“A variação de julho pode ser assim explicada: o setor de serviços devido à heterogeneidade ou ao peso de 70% que representa na economia, tem apresentado uma recuperação mais lenta, comparativamente à indústria e ao comércio varejista, sobretudo nas atividades que envolvem atendimento presencial”, pontua o IBGE em nota.

A pesquisa aponta que o resultado de julho sofreu maior influência do segmento serviços prestados a família, que reduziu 54,3% no Ceará. As outras atividades que apresentaram recuo foram: transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio (43,8%), serviços profissionais, administrativos e complementares (6,1%), serviços de informação e comunicação (4,5%) e outros serviços (1,6%).

Em comparação com julho de 2019, o volume de serviços recuou 25,4%, registrando a sexta taxa negativa seguida. No acumulado do ano, houve recuo de 15,2%, já no acumulado dos últimos 12 meses, o volume de serviços caiu 7,6%.

Nordeste Notícia
Fonte: G1

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