Um homem que se apresenta às vítimas como ‘Júnior CDs’ é suspeito de praticar o crime de estelionato em Fortaleza. De acordo com apuração do G1, o suspeito se passava por pessoas ligadas a cantores e empresários de forró para obter vantagem financeira em cima de pessoas que pagavam para receber ‘alô’ nas lives de música e terem suas marcas divulgadas pelos artistas.
A Polícia Civil do Ceará informou que foi registrado um boletim de ocorrência na Delegacia de Defraudações e Falsificações (DDF) referente à denúncia de estelionato. Em nota, a Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) informou “um homem estaria aplicando golpes utilizando o nome de uma empresa de Fortaleza”. O suspeito já foi identificado, segundo a polícia.
Homem se passava por empresário ligado a cantores de forró. Xand Avião esclareceu que seu nome foi usado indevidamente pelo suspeito. — Foto: Emanuel Tadeu/Medow Promo
Vítimas e empresários apontaram Murilo Pompeu de Amorim Júnior como suspeito pelo crime. Conforme uma empresária, que preferiu não ter sua identidade revelada, há quase duas semanas ela pagou R$ 2 mil antecipados à Murilo em troca do cantor Xand Avião e a esposa dele, digital influencer Isabele Temóteo falarem sobre a marca dela durante uma live de São João.
“Foram 70 dias de loja fechada. Estava na expectativa por esta retomada e queria alavancar as vendas. Ele ligou dizendo que queria R$ 4.500, depois ficou em R$ 3.500. Paguei R$ 2 mil antecipado. Assisti a live toda e nada. Me prometeu que a Isabele Temóteo ia vestir cinco looks. Até que eu cansei. Agora eu soube que ele aplica esses golpes há cinco anos e a Polícia não prende esse cara. Quando eu disse que era um golpista ele ficou rindo de mim”, contou a empresária.
Murilo Pompeu negou às acusações e disse estar aguardando oficialmente a informação que há Boletim de Ocorrência contra ele: “Se chegar algo para eu resolver, eu resolvo. Nunca quis fazer mal a ninguém. Se alguém foi à delegacia denunciar, eles que interpretaram mal, se posicionou.
O cantor Xand Avião esclareceu por meio de um vídeo divulgado nas redes sociais que os nomes dele e da esposa, a digital influencer Isabele Temóteo, foram utilizados pelo estelionatário.
“Um fato desagradável, digamos assim. Tem um indivíduo usando meu nome e o nome da minha esposa para vender cotas de menções em shows, gravações de CDs, lives. Essa pessoa nunca trabalhou comigo, não sei quem é. Peço para as pessoas terem muito cuidado”, ponderou o cantor.
Histórico
A informação que ‘Júnior CDs’ aplica golpes há anos também foi destacada por Watila Oliveira, empresário da WS Shows. Conforme Oliveira, o nome do irmão, Wesley Safadão, também já foi utilizado indevidamente diversas vezes por Murilo Pompeu de Amorim Júnior.
“Esse Junior CDs faz isso há alguns anos, cobra, em média, R$ 5 mil. Na correria, acabamos deixando esta história para lá. Agora, uma prima me ligou dizendo que estava acontecendo de novo.
Fiz boletim de ocorrência contra ele semana passada. As pessoas chegam no escritório nos cobrando, dizendo que fechou com gente da nossa equipe e quando vamos ver se tratou de um golpe. Nós queremos Justiça contra ele, queremos ele seja preso”, afirmou Watila.
Segundo a SSPDS, o caso permanece sendo apurado e “mais detalhes serão passados em momento oportuno para não atrapalhar as investigações”.