Amigos desde a infância, Haroldo e Edmilson são parceiros em cena

A obstinação de Francisgleydisson (Edmilson Filho) por manter viva a tradição do cinema nas pequenas cidades do interior ganha reforço na série “Cine Holliúdy“, que estreia hoje à noite na programação da Globo. O personagem desengonçado, de fala apressada e repetitiva, vivido pelo ator Haroldo Guimarães passa a ter maior relevância na adaptação para a televisão e reaparece na trama como o braço direito do empresário sonhador.

Se nos filmes, Munízio já divertia o público com o seu jeito peculiar de se expressar, agora o personagem ressurge mais complexo e com intervenções mais diretas no enredo. “Ele ganha mais camadas de dramaturgia. O personagem precisou passar por essa mudança porque na série ele é mais importante”, explica Haroldo Guimarães, que integra o elenco de Cine Holliúdy desde o primeiro curta-metragem, lançado em 2004.

Quando o primeiro longa-metragem estourou, em 2013, o ator viu seu personagem ganhar popularidade pela forma atrapalhada que se expressa em todo o filme. A visibilidade foi tanta que no segundo longa, Haroldo passou a ser mais explorado na trama acumulando um novo papel.

Na série de televisão, o coadjuvante preserva a inocência e o tom pateta que Munízio mantém nas duas experiências exibidas no cinema. A essas características, somam-se a fidelidade e a tendência ao aconselhamento típico dos fiéis escudeiros. É como se o personagem fosse uma espécie de “Sancho Pança” para o amigo que embarca no desejo de ser cineasta.

De acordo com Haroldo, a reformulação do personagem contou com uma pesquisa de pelo menos três meses que envolveu referências como Mazzaropi, Chaves, Charles Chaplin e Os Três Patetas.

“É uma responsabilidade muito grande, porque grandes atores fizeram papéis nos filmes do Cine Holliúdy e não tiveram a oportunidade de contribuir na série. Essa decisão de ampliar o Munízio veio do Halder Gomes e do Guel Arraes. Ser lembrado por eles foi algo muito importante pra mim”, diz o ator, que também é advogado e professor universitário em faculdades de Fortaleza.

Amizade

O curioso é que há alguma identificação de Haroldo com o personagem Munízio em razão da amizade que sustenta desde a infância com o ator Edmilson Filho. Os dois se conhecem desde os tempos de colégio, ingressaram no humor juntos e mantêm uma relação próxima até hoje.

Para ele, esse laço estabelecido fora dos sets contribuiu para imprimir a parceria que os personagens exigiam. “Logo no primeiro episódio, as pessoas vão perceber como funciona a química entre a gente. A gente tem um jeito de interpretar, uma ligação, que ninguém tem mais. Pode ter igual, mas maior que a nossa não tem”, afirma.

Haroldo GuimarãesHaroldo Guimarães
Na série para TV, Munízio é o braço direito de Francisgleydisson

Na outra ponta da amizade, Edmilson conta que a relação entre os dois é estreita e atribui a Haroldo o lugar de integrante da família. Na série, o ator conta que a dupla de personagens se equilibra entre “cabeça” e “coração”. “Às vezes ele chega até a ser um pouco grosseiro com o Munízio porque, apesar de meio abobalhado, traz muita razão para o Francisgleydisson”.

O protagonista relembra que no início das filmagens parte do elenco se mostrou receoso para entrar no tempo do humor nordestino. “Eles estavam muito preocupados no começo, mas logo a gente se afinou e deu tudo certo. Vocês vão ver que todos os núcleos estão no mesmo tom”.

entrosamento entre Edmilson e Matheus Nachtergaele foi tão positivo que os dois engataram um novo projeto após o término da produção global. “Fizemos um longa juntos de ação e comédia. São dois policiais, um cearense e um paulista, que vão desvendar um crime de um sequestro de uma cabra”. Com o título “Cabras da Peste”, o filme está em fase de pós-produção, tem a participação também do ator Leandro Ramos, mas ainda sem data de estreia.

Retomada

“Cine Holliúdy” marca o retorno para a televisão nacional de uma forma nordestina e animada de contar história, segundo Edmilson. “Nos últimos 20 anos, a região tá sendo retratada por um dramaturgia mais dura, séria. E a série traz alegria, um Nordeste colorido, que não desiste, se reinventa. Que mesmo com as dificuldades a gente mostra algo alegre e suave ao mesmo tempo”.

O diretor da produção Halder Gomes faz segredo sobre a gravação de uma segunda temporada, mas não esconde a pretensão de uma continuidade. “Existe a intenção e o desejo, mas temos que aguardar a resposta do público. Mas pela qualidade, frescor e alegria dos episódios, tenho confiança que será um sucesso”.

Dividida em dez episódios inéditos e independentes dos filmes de Halder Gomes, a série de Marcio Wilson e Claudio Paiva traz o protagonista Francisgleydisson ainda perseverando no sonho de manter o cinema vivo nas cidades do interior cearense.

Ambientada na fictícia Pitombas, os episódios se desdobram em peripécias de Francis para escapar da ameaça que a instalação de uma TV em praça pública pode causar para o único cinema da cidade nordestina.

Para superar o prejuízo, o protagonista decide produzir os próprios filmes, mas tem de equilibrar o repentino interesse pela bela Marylin (Letícia Colin), filha do prefeito Olegário (Matheus Nachtergaele).

Na adaptação, que vai ao ar hoje depois de “O Sétimo Guardião”, a trama ganha reforço no elenco com nomes como Heloísa Perisse, Ney Latorraca, Miguel Falabella e Ingrid Guimarães, além dos cearenses Carri Costa e Solange Teixeira. A série contou com a direção de Halder Gomes e Renata Porto D’Ave.

Nordeste Notícia
Fonte: Diário do Nordeste

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