No Estado do Ceará, 14 crianças com até 28 dias de vida sofrem com a doença. No entanto, conforme os levantamentos da Secretaria, a faixa etária de maior prevalência vai dos 41 aos 60 anos de idade ( FOTO: KLEBER A. GONÇALVES )
No Estado do Ceará, 14 crianças com até 28 dias de vida sofrem com a doença. No entanto, conforme os levantamentos da Secretaria, a faixa etária de maior prevalência vai dos 41 aos 60 anos de idade ( FOTO: KLEBER A. GONÇALVES )

Trinta e três crianças foram atendidas pela rede de saúde pública de Fortaleza nos últimos 30 dias com manchas no corpo, febre, bolhas com líquidos e tiveram confirmação laboratorial para chikungunya. Sendo que 20 delas com menos de 12 meses e o restante com até quatro anos de idade. Os dados fazem parte do mais recente boletim epidemio-lógico da Secretaria de Saúde do Município (SMS).

A enfermidade é transmitida pelo Aedes aegypti, assim como a dengue e zika. No Ceará, 14 recém-nascidos com até 28 dias de vida sofrem com a enfermidade. A situação chama atenção de infectologistas e pediatras, que alertam para os perigos da doença em faixa etária tão baixa.

Os casos confirmados da chikungunya avançam no Estado. Na capital cearense, só para se ter ideia do problema, entre janeiro e maio deste ano, os números eram os seguintes: um bebê com menos de um ano; cinco casos de crianças entre um e quatro anos; três casos, de cinco a nove anos e seis confirmações de 10 aos 15 anos. Até o dia 3 de junho, o quadro piorou e Fortaleza contabiliza, além dos 20 bebês, mais 39 crianças, no intervalo de um até nove anos, e 81 na faixa entre 10 a 15 anos. Se considerado o período, entre os menores de 12 meses e cinco anos, a diferença chega a 555,5% em um mês. Nesse período, os casos confirmados aumentaram de 178 para 2.303 ocorrências positivas entre todas as idades.

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Os médicos esclarecem que as ocorrências não têm nenhuma ligação com a microcefalia, distúrbio causado pelo zika vírus. No entanto, o foco está nas mulheres grávidas que tiverem a doença, principalmente próximo ao período do parto. Elas podem transmitir o vírus para o bebê via placenta, o que tem gerado preocupação para a Sociedade Brasileira de Pediatria.

“A preocupação é grande, pois elas podem até abortar ou o bebê nascer morto devido à enfermidade, mas isso é raro. O mais comum é que eles nasçam doentes, sejam internados, tratados e depois fiquem bem. A maioria não vai ter sequela nenhuma ao longo da vida”, diz a pediatra da Maternidade-Escola Assis Chateubriand, Nerci Ciarlini.

Temperatura

Para a médica, a situação é difícil e mais complicada em pessoas dessa faixa etária ou os mais idosos. “No caso dos bebês, especificamente, é que eles não falam e os cuidados devem ser redobrados. É importante observar se ele está irritado, sem se alimentar direito. É preciso verificar a temperatura, se aparecem bolhas na pele, mantê-lo hidratado e procurar ajuda médica imediatamente”, orienta.

Para ela, como não existe a comprovação da eficácia do repelente, a prevenção deve ser em casa no controle do vetor. “É a limpeza da casa, principalmente no quarto da criança, do terreno, não deixar recipientes com água parada. São dicas simples que evitam que tanta a futura mamãe ou o bebê contraem não só a chikungunya, como dengue ou a zika que podem infectar pessoas de qualquer idade”.

A doença atinge 85,7% dos 119 bairros da Capital e 44 dos 184 municípios cearenses. Até maio passado, 33,6% do território da cidade tinha registros confirmados para a doença.

No Interior do Estado, um dado que também coloca infectologistas em alerta é que as cidades de Hidrolândia, Campos Sales, São Luís do Curu, Nova Russas, Pentecoste, Crateús e Quixadá apresentam incidência de suspeitas acima de mil casos/100 mil habitantes. Além disso, Apuiarés, Ararendá, Baixio, Forquilha, General Sampaio, Icapuí, Marco, Quixeré, Reriutaba, Salitre, São Gonçalo do Amarante, Tamboril e Varjota têm mais de 300 casos/100 mil pessoas. A taxa de incidência dos casos suspeitos de febre de chikungunya para o Estado do Ceará encontra-se em 120,98 casos/100 mil habitantes. Fortaleza apresenta taxa de 68,5 por 100 mil.

Há seis óbitos suspeitos por febre de chikungunya. Os óbitos em investigação ocorreram em residentes dos municípios de Crateús (um), Fortaleza (três), Quixadá (um) e São Gonçalo do Amarante (um), sendo cinco do sexo masculino e um do sexo feminino, com idades compreendidas entre 12 e 89 anos.

Nordeste Notícia
Fonte: O Povo

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